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Não é só um Gesso, Minha Perna está Nele! – Estudo Qualitativo

Não é só um gesso, minha perna está nele

Os gessos têm sido utilizados no tratamento de fraturas desde 1850 e desempenham um papel crucial na recuperação de lesões nas extremidades e procedimentos cirúrgicos. Apesar da alta incidência de fraturas e da ampla utilização de gessos em pacientes, a qualidade do aconselhamento a esses pacientes é sabidamente negligenciada. Há poucos estudos sobre a qualidade desse aconselhamento e sobre as experiências não médicas vivenciadas por pacientes com gesso.

Neste estudo, publicado em 2022 os autores descrevem algumas das experiências não médicas de estar com um gesso e ilustram essas dificuldades por meio de citações de pacientes.

Adotou-se uma abordagem descritiva, guiada pela fenomenologia, para explorar e descrever as experiências subjetivas de pacientes com gesso.
Foram incluídos 10 pacientes com fraturas nas extremidades inferiores, todos com gesso por pelo menos 6 semanas.
Os dados foram coletados por meio de entrevistas individuais detalhadas com questionários semiestruturados. Seis temas que descreviam as experiências dos pacientes com gesso foram identificados no estudo. Esses temas incluíam preocupações fisiológicas e funcionais básicas, desafios na autoimagem, papéis sociais, dependência/independência, emoções e a experiência de estar com um gesso.

Os resultados demonstraram que muitos aspectos da vida dos pacientes foram afetados pelo uso de gesso, resultando não apenas em questões fisiológicas, mas também em problemas psicológicos, sociais, emocionais e estéticos. Além disso, todos os participantes afirmaram que buscaram soluções para essas questões solicitando apoio de pessoas ao seu redor. Entre os comentários mais intrigantes reportados pelos participantes:

  • “As pessoas ficam entediadas quando estão na cama. Então não há nada para fazer. Eu não sei, então eu estou constantemente comendo alguma coisa.” (Mudança de Hábitos Alimentares)
  • “Eu estava realmente me sentindo muito cansado, como se tivesse acabado de sair de uma guerra.” (Cansaço)
  • “Não conseguia cozinhar, fazer a limpeza ou outras tarefas domésticas. Sentia-me como se fosse um fardo. Não conseguia sair com minha esposa, não podia participar de eventos sociais. Não conseguia estar presente para minha esposa.” (Papel Social).
  • “Meu esposo precisava ir dormir sozinho. Nem sequer podíamos compartilhar a mesma cama.” (Deterioração da vida sexual)
  • “Eu precisava tomar banho com menos frequência quando estava com o gesso. Eu estava tomando banho a cada dois dias.” (Mudança de hábitos de higiene)

Compreender as experiências individuais de pacientes com gesso contribui para uma assistência médica mais holística, voltada para o paciente. Essa compreensão também apoia o planejamento e a implementação de aconselhamento e educação centrados no paciente.

Para uma leitura mais aprofundada e detalhada dessa abordagem inovadora, convidamos você a acessar o texto completo, disponível  em
https://journals.lww.com/orthopaedicnursing/abstract/2022/09000/_it_s_not_just_a_plaster_cast,_my_leg_is_in_it___.10.aspx

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