Fraturas de punho em Idosos: Estamos Operando Mais do que o Necessário?

As fraturas de rádio distal são comuns em idosos e, ainda hoje, muitas delas são tratadas de forma conservadora. No entanto, com a melhora e maior acessibilidade aos implantes e técnicas, o tratamento cirúrgico tem sido mais recomendado para fraturas instáveis 1.

A introdução de placas volares tem possibilitado a restauração mais confiável da anatomia óssea após essas fraturas, no entanto, ainda é incerto se a restauração da anatomia leva de fato a resultados funcionais melhores em todas as populações.

Apesar de boas evidências sobre o tratamento cirúrgico em adultos jovens, algumas revisões sistemáticas sobre o tema avaliando diferentes técnicas especialmente em idosos são inconclusivas 2 e 3 e de forma geral a comparação entre o tratamento cirúrgico e não cirúrgico tem gerado resultados inconsistentes nesta população 4.

Um ensaio clínico randomizado recente 5, envolvendo 100 pacientes com mais de 65 anos e fraturas desviadas do rádio distal, encontrou resultados funcionais equivalentes após um ano de acompanhamento, ressaltando que apesar da maior satisfação nos primeiros meses após o tratamento os desfechos provavelmente são comparáveis a longo prazo.

Na Hefesto, entendemos que, embora o tratamento cirúrgico tenha trazido avanços significativos, o tratamento conservador também deve ser aprimorado. É essencial considerar não apenas a restauração da anatomia, mas também a funcionalidade e a qualidade de vida do paciente tanto durante o tratamento quanto a longo prazo.

Uma abordagem individualizada, levando em consideração fatores como a condição geral de saúde, a fragilidade óssea, as expectativas pessoais e o impacto que o tratamento terá na vida do paciente é fundamental para a tomada de decisão. Continuamos operando cada vez melhor, mas acreditamos que o tratamento conservador também pode ser de igual qualidade.

Vamos juntos!

 

Referências:

  1. Kazmers NH, Judson CH, Presson AP, Xu Y, Tyser AR. Evaluation of Factors Driving Cost Variation for Distal Radius Fracture Open Reduction Internal Fixation. J Hand Surg Am. 2018;43(7):606-614.e1. doi:10.1016/j.jhsa.2018.04.015
  1. Karantana A, Handoll HH, Sabouni A. Percutaneous pinning for treating distal radial fractures in adults. Cochrane Database Syst Rev. 2020;2(2):CD006080. Published 2020 Feb 7. doi:10.1002/14651858.CD006080.pub3
  2. Zhang YX, Li C, Wang SW, Zhang ML, Zhang HW. Volar plate fixation vs. non-operative management for distal radius fractures in older adults: a meta-analysis. Eur Rev Med Pharmacol Sci. 2021;25(11):3955-3966. doi:10.26355/eurrev_202106_26036
  3. Gutiérrez-Espinoza H, Araya-Quintanilla F, Olguín-Huerta C, et al. Effectiveness of surgical versus conservative treatment of distal radius fractures in elderly patients: A systematic review and meta-analysis. Orthop Traumatol Surg Res. 2022;108(5):103323. doi:10.1016/j.otsr.2022.103323

Hassellund SS, Williksen JH, Laane MM, et al. Cast immobilization is non-inferior to volar locking plates in relation to QuickDASH after one year in patients aged 65 years and older: a randomized controlled trial of displaced distal radius fractures. Bone Joint J. 2021;103-B(2):247-255. doi:10.1302/0301-620X.103B2.BJJ-2020-0192.R2

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